Mais uma vez.
1 em cada 6 postagens deste blog tratam sobre o mesmo tema, sobre a mesma pessoa.
Rafinha Bastos.
Volta e meia alguém pergunta: "Mas por que falar tanto deste cara? Por que sempre ele?"
Pois é. Até ontem ficava difícil encontrar uma boa resposta.
Só até ontem.
A solução para esta questão é na verdade outra questão: por que um programa que entrevista toda sorte de gente importante, presidentes, pensadores, escritores, se interessaria por Rafinha Bastos? Logo ele que não é tão versátil quanto Mazzeo, ou tão brilhante quanto Adnet, nem tão perspicaz quanto Portugal.
Afinal, por que Rafinha Bastos?
Simples. Porque ninguém hoje sintetiza melhor o que é o humor e quais os dilemas do que ele.
Mesmo não sendo o mais brilhante, o mais talentoso ou o mais versátil.
A receita do bolo é simples: ninguém entende melhor esta parafernália chamada internet (se é que alguém entende). Quanto á isto, não há o que discutir; ninguém sabe tirar melhor proveito da web do que ele. Foi justamente graças a rede que ele conseguiu permanecer em contato com seu público durante o afastamento da tv aberta.
E não se trata apenas de manter seu público, já que os números continuam crescendo. Vale lembrar que hoje são mais seguidores do que em 2011, quando foi considerado "o cara" pelo New York Times.
Ontem durante o Roda Viva, o humorista discorreu sobre este e outros temas com clareza e tranquilidade surpreendentes.
Subiu o tom contra os jornalistas em determinado bloco (principalmente com Silvia Poppovic e Maurício Stycer), mas nada sério.
Contido, limitou-se á dizer que o CQC é hoje "um programa de bundão". O que alias está longe de ser mentira.
O grande destaque talvez tenham sido as tabelinhas com Guilherme Fiuza, colunista da Época que nas horas vagas atende como namorado da Narcisa Tamborindeguy.
Fiuza insistentemente usava o termo "sociológico" nos questionamentos á Rafinha: seja sobre o estado atual do humor, seja pela reação e comportamento do público, seja pelos tempos do "politicamente correto" atuais.
Mais uma vez, Rafinha esteve muito tranquilo.
Eis ai a grande chave para tentar entender como este cara rude, arrogante e falastrão possa fazer tanto sucesso, arrebanhar multidões de seguidores e causar tanta polêmica.
Em meio aos seus despautérios, suas piadas carregadas de preconceito e esterótipos, Rafinha Bastos nos incita á pensar sobre nós mesmos (e isso incomoda) ..
Sobretudo, á pensar sobre aquilo que você sempre quis dizer, mas esconde, censura, sublima, reprime.
No fim, pensando bem, Rafinha são os outros.
(Programa na Íntegra)
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