16 de jul. de 2012

CRÍTICA - Pânico na Band e o culto ao mau gosto (Parte II)

Por Pilão de Moraes



As imagens falam por si (á partir de 8:30).

Não é de hoje que o Pânico mistura vida privada e vida pública de seus integrantes. Ontem mesmo, ao anunciar um concurso que "escolherá" um novo namorado para Sabrina Sato, Emílio Surita confirmou esta "suspeita" afirmando com todas as letras: "este programa nunca separou vida pública e vida pessoal".

Ok. É uma opção "editorial" do programa que, aliás, explica em parte seu sucesso.

Ok. Se os integrantes aceitam .. quem somos nós pra questionar?

Bem. Talvez tenha chegado a hora sim de questionar.

Olhando de relance, podem parecer engraçadas as expressões de asco e as insistentes reclamações de Evandro Santo enquanto as panicats rebolavam á poucos centímetros da sua face.

Mas será que são mesmo?

Um olhar um pouco mais atento dá conta que, na verdade, aquilo só foi "divertido" para o resto do elenco que fazia a cena. Afinal, á quem mais poderia ser engraçada uma cena de strip tease? Para o público, pouco importava quem estava ali deitado. Mas para o Pânico, e somente pra eles, fazia toda a diferença que estivesse ali o intérprete de Christian Pior.

Esta é a questão. A única fonte possível de "graça" da cena esta justamente na humilhação, no vexame, na vergonha de Evandro Santo. Isto é o que preocupa. Quando o humor chega ao ponto de perder qualquer possibilidade de argumentação, de diálogo com o o risível e o cômico, resta somente o apelativo.

Pior. Há claramente um certo "Q" de sadismo na cena, uma mistura doentia de "humor", sexo e humilhação digna de análise psicanalítica. É muito preocupante que os milhões de jovens que compõe o público do programa comprem a ideia de que humilhar homossexuais seja engraçado. Pode até não parecer, mas este é o lado "cômico" do mesmo pensamento que julga ser possível "corrigir" o "distúrbio" do "homossexualismo".

Afinal, o que se esperava: captar uma ereção que comprovasse os sucesso do "tratamento de choque"?

Não é de se admirar que cada vez mais pessoas comentem as matérias deste blog com relação Pânico usando frases como "não vejo mais" ou "perdeu a graça".

Lá pela onze e tanto, enquanto sob pretexto do riso, o Pânico tirava os sutiãs de suas panicats, o Multishow exibia um daqueles "porno soft". Aqueles, que não enganam ninguém.

De melhor qualidade, sem dúvidas.  

Num ponto, contudo, ambas as atrações são absolutamente similares: se no pornô da Multishow não há sexo, no humor da Band, não há graça.



              

Um comentário:

  1. fale mau do faustão também que é ainda pior que o pânico e está aí há muito mais tempo sutilmente infiltrado na cultura com todo seu lixo.

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