por Lane Reis
Para dar continuidade as discussões sobre os limites do humor , trago à tona mais um texto da série em que discute sobre este problema, dando maior enfase nesta caracteristica transgressora do humor de romper com normas e valores socais ao partir da polêmica envolvendo o comediante Rafinha Bastos e suas piadas igualmente polêmicas que repercutiram negativamente em toda a rede, gerando indignações inflamadas de toda a sociedade
Embora concorde que o humor deve ter limites e que estas e outras piadas foram extremamente grosseiras, abjetas e odiáveis. Coisa de se ofender, criticar e se indignar devo também ter que concordar que humor não nasceu para ser inteligente, politicamente correto ou ético. Humor nasceu para ser engraçado, provocador e ridicularizar o cotidiano.
Acho que o humor está tradicionalmente relacionado a liberdade, à infração de normas que por algum motivo sufocam os sujeitos em determinados contextos. Por isto também acaba invadindo o espaço do preconceito, das ofensas e generalizações baratas, mas excessos não é privilégio do mesmo, pelo contrário, existe movimentos tão legítimos como “o politicamente correto” que muitas vezes atuam de forma sufocante, castradora, dentre outros excessos. Além disso, o ‘politicamente correto” trouxe também confusões relacionadas a tudo aquilo que não se encaixa nos seus padrões. Logo se você não segue esta tendência, é um transgressor, reacionário e conservador, pois agora o “politicamente correto “ é o parâmetro adotado pela sociedade ( ou alguns grupos sociais) para determinar os critérios daquilo que é correto ou não fazer na vida social.
Entretanto, acredito que o humor não deve servir de justificativa, tampouco a liberdade de expressão para que o indivíduo cometa qualquer tipo ato eticamente condenável, pois o humor a partir do momento em que é considerado uma visão de mundo, tanto quanto qualquer outra visão de mundo costuma ser preconceituosa, generalizante, passível de cometer gafes e excessos.
E como toda visão de mundo ela deve ser conduzida pela ética e o bom senso. Entretanto, esta moça que vos fala acredita que bom senso não é um das maiores qualidades do ser humano. Tanto é que existe leis para definir quais os limites de todas as ações humanas em sociedade.
Porém, também acredito que somente aquele que foi atingindo por uma piada ou brincadeira de mal gosto é que pode responder pelas ofensas. Só uma mulher-mãe que amamenta pode falar se está se sentido ridicularizada ou não com uma piada machista. Do mesmo modo os transexuais é que podem falar que se sentem agredidos quanto estão sendo carocaturados em um programa de humano. Se são as mulheres que estão sendo desmoralizadas com uma piada machista em que chama a mulher de interesseira e assim por diante. Acho que não são aqueles que não fazem parte do grupo ofendido que pode falar pelos mesmos para muitas vezes mostrar que é “politicamente consciente”.
Por outro lado, não vejo problema em usar estereótipos no humor como gays, transexuais, peruas, a patricinha, o garanhão, o intelectual, etc. Há inúmeras formas de a fazer humor com estas figuras sem precisar ofendê-las, ser generalizante ou preconceituoso. Em filmes de comédia americanos teens como, por exemplo, “Ela é Demais”, “Meninas Malvadas” eu gosto muito porque ele expõe o quanto é ridículo o cotidiano de uma escola divididas entre grupinhos tipos de uma High School norte-americana ( populares, drogados, nerds, fortões, etc.) representando situações de forma escrachada e expondo todos os tipos humanos ao ridículo, nos mostrando o quanto somos idiotas mesmo quando somos sérios, descolados ou ecologicamente conscientes.
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