25 de dez. de 2011

CRITICA: 'Pânico' perde fô­lego em 2011

ALBERTO PEREIRA JR - F5 FOLHA



A Rede TV! exibe hoje o último "Pânico na TV" inédito do ano, previamente gravado. A trupe da atração mais bem sucedida da emissora vai aproveitar o recesso que acaba só em fevereiro para pensar em novos rumos do programa, que teve queda de audiência. Mesmo com a invasão ao enterro de Amy Winehouse, com a campanha contra Jô Soares (por ter sido grosso com o Carioca) e com a perseguição a Zeca Camargo, o "Pânico" teve 8,4 pontos no Ibope da Grande São Paulo, até o último dia 18. O índice é 0,2 menor do que em 2010, mas, nos critérios do mercado publicitário, a diferença arredondada é de 9 pontos em 2010 contra 8 neste ano.

COMENTÁRIO: Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que não é fácil completar 8 temporadas na TV. Em segundo lugar, se faça a seguinte pergunta: quantos quadros do Pânico estão praticamente iguais à tempos? Mudam os nomes, os personagens mas a pegada da coisa é rigorosamente ... a mesma. "Gostosas na praia", "gostosas nas festas", "eventos de famosos" e "brincadeiras á lá Jackass": quantos % do Pânico descrevemos só nestes exemplos? Pois é. Se pensarmos que já á partir de 2008 uma nova geração de humoristas vindos do stand-up começa á chegar a televisão; e que 2011 foi sem dúvidas, a consolidação desta geração na telinha; fica bastante claro que o Pânico perdeu o bonde. E faz tempo. O programa não conseguiu ainda incorporar estas novas formas de fazer humor ao seu repertório. E o pior é que até tentou. A maior prova disso foram as rápidas passagens de Paulinho Serra e Fabio Rabin pelo programa. Sem espaço, acabaram mais tarde estrelando o Comédia MTV. Na verdade, o Pânico de hoje vive da exploração de um modelo de muito sucesso ... de ontem. É possível inclusive que permaneça mais alguns anos no ar assim. O óbvio é que todo formato tem limites e prazo de validade. Por tanto, ou o Pânico investe em formas e formatos para explorar estas "novas formas" de humor ou então vai viver mais algum tempo ás custas de um modelo esgotado. Comparação simples: enquanto o CQC, em 3 anos, se espalhou pela programação da BAND (A Liga, Formigueiro, Agora é Tarde) em formatos bem diferentes entre si, o Pânico, em 8 anos, não conseguiu mais que uma reprise na grade da Rede TV. E por quê?

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