Depois do inglês "The Guardian" e do americano "The New York Times", agora é a vez de a revista alemã de negócios "Manager Magazin" e de a britânica "Prospect" descobrirem Danilo Gentili.
Em reportagem da "Manager" sobre o avanço do mercado de tecnologia no Brasil, Gentili é apresentado como comediante influente na web, com mais de 2 milhões de seguidores no Twitter.
O integrante do "CQC" e apresentador do "Agora É Tarde" foi avisado pela tia de que estava na revista alemã. "Nem imaginava", fala o comediante, que revela que não entende a importância atribuída ao Twitter em outros países.
"Jesus tinha poucos seguidores e não conseguiu agradar a todos. Imagine eu, com 2 milhões?", brinca ele. "Posto no Twitter as mesmas piadas que faço no camarim, no show, que conto para os amigos. A diferença é que, quando estou contando, há o contexto da piada, minha expressão. No Twitter só há palavras, na lata", continua. "Acho que é por isso que a piada é considerada tosca, que pareço escroto. Falta o resto."
É assim, com o "contexto" de seu humor polêmico, que o comediante parece estar dobrando personalidades.
Há cinco meses no ar, seu "talk show", o "Agora É Tarde" (Band), passou de temido a disputado por famosos. De Marta Suplicy a Bruna Surfistinha, a atração não deixa a desejar na variedade de entrevistados. "Não fiquei mais bonzinho, sou o mesmo. Faço as piadas que sempre fiz, e os entrevistados se divertem."
De olho na boa audiência do bate-papo, que marca cinco pontos às 23h, a Band o transformará em diário.
"Preciso de equipe maior, de estrutura. Sem isso, não há fôlego para fazer um programa diário", fala Gentili. "Não tenho vergonha de admitir que dependo de roteiristas, de ideias frescas."
Com um diário nas costas ou não, Gentili se despede do "CQC" em dezembro, para poder se dedicar ao "Agora É Tarde" em 2012.
Sonha com Lula, Dilma e Maluf na mira de sua metralhadora de perguntas indiscretas. "O bom é que os entrevistados também acabam comigo, me detonam", diz.
[COMENTÁRIO: Não é uma questão de ficar menos ou mais bonzinho. Ele pode não admitir, mas o tom das brincadeiras é outro. E que bom que seja assim. Mostra amadurecimento e capacidade de adaptação à novos contextos (como um programa próprio). Como sempre digo, televisão não é youtube (Rafinha Bastos que o diga). As vezes o grande público pode até não reparar, mas se você for perceber a própria composição da equipe de palco e a distribuição das piadas no roteiro ajuda a entender essa "pegada mais soft". Numa mesa vermelha (quadro do programa), quando falavam sobre o cantor Belo, foi Murilo Couto, e não Danilo Gentile, que fez a piada mais agressiva: "O Belo foi a festa de vampiro, com o nariz sangrando. O pessoal não sabia se era fantasia ou overdose". O Murilo tem muito menos à perder, é um cara "iniciante" digamos, tem que arriscar mais .. é natural. O Danilo não. Já tem seu próprio programa. Precisa encontrar o equilibrio entre ousadia e cautela e administrar isso .. sem perder, é claro, a graça]
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