20 de set. de 2011

A Reestréia de "Two and a Half Men": crítica dividida

Por um lado:

Ashton Kutcher surge como "Vênus masculina" na estreia de "Two and a Half Men"

ANA MARIA BAHIANA
Especial para o UOL

Sim, Charlie Harper está morto, vítima de um mal explicado acidente no metrô de Paris. Mas pelo menos enquanto Chuck Lorre e Lee Aronsohn –os criadores de "Two and a Half Men"– continuarem escrevendo os roteiros da série, ninguém vai gastar uma lágrima com ele.

SPOILER: se você não quer saber detalhes da trama que ainda não foram ao ar no Brasil, não siga adiante

Seu serviço fúnebre é uma coleção de alfinetadas de ex-namoradas, interrompida apenas pelo anúncio da "open house" da casa de Malibu, feita pela própria mãe. Na dita casa de Malibu –certamente um dos cenários mais conhecidos da TV, hoje- os únicos problemas da ausência de Charlie são como pagar a hipoteca caso a venda não se concretize (vários astros de TV fazem aparições relâmpago como possíveis compradores), e o que fazer com suas cinzas (num velho gag de comédia pastelão, há um aspirador envolvido).

Seu substituto, o bilionário Walden Schmidt (Ashton Kutcher) surge subitamente das ondas da praia como uma espécie de Vênus masculina, inocente, amoroso e com mania de andar pelado. Para que a dinâmica da série se mantenha, Walden/Kutcher tem que colocar Alan/Jon Cryer num perpétuo e irritante segundo plano. Charlie/Sheen fazia isso às custas de sua alegre canalhice, assumindo com alegria sua voracidade de conquistador sem nenhum caráter. Como não é possível repetir essa persona, Walden Schmidt é de muitos modos o oposto: um romântico eternamente apaixonado pela namorada dos tempos do ginásio, e, mais que isso, um cara bonitão, bem dotado e bilionário que não tem a menor noção do que essa combinação de fatores pode fazer.

Ou seja, novamente Alan está empurrado para escanteio, dessa vez por um rival que não tem nem ideia do que está fazendo.

Vai funcionar a longo prazo? Muita gente aqui em Los Angeles especula que a série, criada em torno da personalidade de Charlie Sheen, teria sido cancelada se a briga entre ele e Lorre não tivesse sido tão pública e tão feia. Continuar a série com Kutcher é um modo de dar a todos os atores petulantes uma lição --ninguém é insubstituível nesta indústria. Mas será?

O primeiro episódio funcionou direito --talvez porque a ausência de Charlie fosse, na verdade, uma forma de presença. Agora é ver se a série ainda tem fôlego para realmente ir adiante.

(http://televisao.uol.com.br/ultimas-noticias/2011/09/20/ashton-kutcher-surge-como-venus-masculina-na-estreia-de-two-and-a-half-men.jhtm)
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Por outro lado:

Ashton Kutcher, enfim, no "Two and a Half Men"

Com colaboração de Márcio Diniz

Fraca, sem graça e burocrática.

Foi assim a estreia de Ashton Kutcher nesta noite em "Two and a Half Men", seriado que existe desde 2003 e é uma das maiores audiências da TV americana.

Saiu o politicamente incorreto e desequilibrado Charlie Sheen. E entrou o "fofo" e "descamisado" Ashton Kutcher. Muita apelação, não?

O ator marido de Demi Moore substitui Sheen, demitido em março pela emissora por problemas com drogas e por falar mal dos produtores.

A nona temporada inicia com o velório do personagem de Sheen, chamado Charlie, um solteirão convicto, mulherengo, beberrão e autor de jingles.

Um dos mistérios dos últimos meses era como os produtores se livrariam dele. O suspense foi resolvido logo de cara:

Rose (Melanie Lynskey), a vizinha apaixonada, diz no velório que ele escorregou e caiu numa plataforma de metrô de Paris, sendo atropelado por um trem.

"Explodiu como um balão de carne", ela fala.

No velório também aparecem algumas ex-namoradas, que não poupam comentários sarcásticos, e sua mãe, Evelyn Harper.

Oportunista como sempre, ela aproveita a ocasião para anunciar a venda da casa do filho, na praia de Malibu (Califórnia), onde se passa a série.

O corpo de Charlie, no entanto, não aparece no caixão (fechado), dando espaço para uma possível "reencarnação" de Sheen no futuro (bem distante já que ele e a Warner estão brigando na justiça).

Depois vem a chegada de Walden Schmidt (Kutcher), um bilionário da internet com o coração partido.

Quando Alan, irmão de Charlie, vai jogar as cinzas do morto no mar, Walden aparece na porta da casa, como um fantasma, todo molhado. Diz que tentou se afogar porque foi abandonado pela mulher.

Pede para usar o telefone e trocar de roupa (o que faz no meio da sala - fotos abaixo e acima).

Os dois resolvem sair para tomar uns drinks, e Walden acaba conhecendo duas mulheres e as levando para a casa de Alan.

Ele diz que tem interesse em comprar a casa de Malibu, o que explica como vai acabar morando com Alan e seu filho, como fazia Charlie.

As piadas de sexo continuam, mas faz falta a figura de Sheen, como se fosse um novo seriado ou Kutcher fosse apenas um convidado especial.

Ele funcionava muito bem como o bobão de "That 70's Show". Mas, aqui, precisa ainda encontrar sua voz. Não deu para rir com nenhuma piada dele.

O episódio resolve de forma burocrática a saída de Charlie, diria até desrespeitosa para os fãs que o acompanharam por tanto tempo.


(http://fernandaezabella.folha.blog.uol.com.br)

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Tire suas próprias conclusões. Como ainda não vi, não posso opinar. Ainda que tenda a concordar muito mais com a segunda análise.
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