A busca por renovação no humor vale para todas as gerações. E é pensando nisso que os "cassetas" Claudio Manoel, Hélio De La Peña e Marcelo Madureira decidiram investir mais na parte autoral e dar destaque maior para os coadjuvantes Gustavo Mendes, Miá Mello e Maria Melilo.
Na nova temporada do humorístico Casseta & Planeta Vai Fundo, além de interpretarem os mesmos personagens da primeira - Gustavo fazia apenas a presidente Dilma e Miá interpretava principalmente a repórter Mona Lesa - eles atuam em diversos outros quadros, vivendo personagens diferentes a cada situação. "Não que a gente não gostasse do que era feito antes, mas todo mundo precisa se renovar. E apostamos nisso em todas as áreas. Desde a própria direção, que passou a ser nossa", avalia o diretor geral Cláudio Manoel.
Assim como na mini temporada passada, os programas são temáticos. Os assuntos passam por sexo, mundo do crime, homens, paixões nacionais e apocalipse. Este último, inclusive, é o que encerra essa nova leva de episódios, no dia 21 de dezembro. Isso porque seria esse dia previsto pela civilização Maia para o mundo acabar. "É a segunda vez que o mundo 'acaba' em dia de programa nosso. Em 2000 também aconteceu e fizemos uma edição especial", diverte-se Hélio De La Peña.
Cada episódio conta com uma participação especial. No caso do tema Paixões Nacionais, previsto para ser o segundo exibido nesta temporada, o grupo convidou o pagodeiro Thiaguinho, que se desligou recentemente do grupo Exaltasamba para seguir carreira solo. Além de cantar, ele também atuou ao lado de Miá Mello, na pele de Mona Lesa. Agora é ela quem recepciona, em cena, os convidados do programa. Sempre, é claro, com a falta de noção característica da personagem.
"O mais legal de já termos feito uma temporada inteira é que, agora, o pessoal já me conhece. Já sabe bem o que eu faço, o que eu posso dar em cena. Enfim, hoje eles escrevem para mim", analisa Miá, que também está no ar na série Meu Passado Me Condena, do Multishow, e foi convidada pelo grupo depois de se destacar no Legendários, da Record.
Ao final de cada programa, o convidado canta uma música composta especialmente para o episódio e sempre sobre o tema explorado. No caso de Thiaguinho, o cenário do Casseta & Planeta Vai Fundo foi transformado em um churrasco na laje. A cena contou com cerca de 60 pessoas, entre elenco e figurantes. Tudo em clima que lembra um comercial de cerveja, com pagode rolando no som e mulheres dançando ao redor dos homens. A letra exalta algumas paixões no Brasil, como novelas, caipirinha e bunda.
"Recebi na semana passada e vim colocar a voz. Eles precisam decorar o texto, então não custa nada eu decorar a música", explica o cantor. Mesmo assim, ele contou com a ajuda da produção, que manteve um cartaz aberto com todos os versos que ele deveria dublar na música durante as gravações.
É claro que a repercussão de programas de humor em outras emissoras - como o "Pânico na Band" e o CQC, também na Band, por exemplo - afeta, de alguma forma, o modo de trabalho dos cassetas. Tanto que eles já levaram do Pânico, na primeira temporada mesmo, o diretor Ricardo de Barros.
Mas Claudio Manoel garante que não enxerga esses programas como concorrentes. "Minha concorrência sempre foi novela da Record e filme do SBT", afirma. E garante que não se preocupa com os boatos de que essa seria a chance final do Casseta & Planeta na Globo. "A coisa mais difícil nós já enfrentamos, que foi ver o Bussunda morrer. Depois disso, a gente encara qualquer situação", diz, em tom conformado, lembrando o colega, morto em 2006 após um ataque cardíaco durante a cobertura da Copa do Mundo da Alemanha.
De fato, a terceira temporada do programa ainda não está certa. "Esses assuntos só podem rolar depois que essa for ao ar", desconversa Hubert. Mas eles apostam em vários trunfos para conquistar uma boa audiência. Além de explorar mais a figura de Gustavo e Miá, os cassetas investem fundo na sensualidade de Maria Melilo. Vencedora da 11ª edição do Big Brother Brasil, a atriz aparecerá sempre com um figurino provocante e ousado, valorizando seus atributos físicos.
"É o estereótipo da gostosa, mas sempre em situações distintas. Pensamos sempre em algo diferente para não ficar repetitivo", avisa ela. "A Maria é gostosa mesmo. Não tem como negar isso. E nem motivo para evitar", defende Claudio Manoel.
COMENTÁRIO É uma ótima iniciativa. Pena que talvez ... tarde demais.
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