Nany People estreia o espetáculo de "stand-up" "Então... Deu no que Deu" nesta quinta-feira (19), no Teatro Nair Bello (centro de São Paulo). Os ingressos custam R$ 40.
Embora o gênero "stand-up" esteja muito popular no país, Nany adverte: "Tivemos uma avalanche de 'pseudo-humoristas' que, por não terem formação teatral, julgam que a ironia e o deboche a qualquer preço são viáveis".
Com muita interação com a plateia, a artista satiriza situações do dia a dia, principalmente relações afetivas e temas do universo masculino e feminino. "Eu diria que é um assunto de 'manancial inesgotável", diz Nany em entrevista à Folha.
Segundo ela, a ideia surgiu de sua impaciência em ver tantos espetáculos solo feitos por humoristas homens, que tripudiavam muito nas narrativas do universo feminino.
LEIA A ENTREVISTA COM NANY PEOPLE:
Guia Folha - Como surgiu a ideia de tratar do tema "homem x mulher"?
Nany People -Surgiu da impaciência em ver tantos solos feitos por humoristas homens que tripudiavam muito nas narrativas do universo feminino. Depois de oito anos apresentando o "Risorama", em Curitiba (PR), senti que estava na hora de "cortar uns T's e pingar uns I's".
No espetáculo, você fala sobre universos masculino e feminino. Por já ter vivido os dois lados, acha que fica mais fácil "dar pitacos" sobre esses assuntos?
Não só é mais fácil, como é coerente! Homens e mulheres são muito diferentes... E eu posso dizer com conhecimento de causa que a diferença é muito grande! Falo disso no texto. E mais: quando você analisa com bom humor, a crítica se torna mais cabível, pertinente e sagaz.
Esse tema é bastante retratado em peças, filmes, programas... Ainda há algo novo para se falar sobre esses universos?
Eu diria que é um assunto de "manancial inesgotável". As buscas, os encontros, desencontros, acertos e as frustrações de ambos os sexos são insaciáveis.
O "stand-up" está bastante popular em SP, e muita gente considera o gênero banalizado. Qual o grande diferencial do seu show?
O "stand-up" está popular no Brasil. A diferença está no quesito da formatação e de como o texto foi concebido e apresentado. Tivemos, sim, uma avalanche de "pseudo-humoristas" que, por não terem formação teatral, julgam que a ironia e o deboche a qualquer preço são viáveis. E não é bem assim. A crítica do humor só é bem-vinda quando "desce redonda". Senão ela "desce queimando" que nem cachaça ruim!
De acordo com a divulgação, "o show deveria ser indicado por psicólogos, psiquiatras e psicoterapeutas contra a depressão". Por quê?
Para Brecht, qualquer discurso só é pertinente quando é bem-humorado. E, como o teatro tem o poder de transformar as pessoas, do meio para o final do espetáculo toma um tom de autoajuda! É rir pra conferir...além de que "rir é o melhor investimento".
COMENTÁRIO Talvez gere uma boa discussão esta junção que a Nany People faz entre formação teatral e humor. Na verdade, comediante é o ator que faz comédia .. ok. Mas o humorista, não necessáriamente é ator. Ou seja, há uma certa confusão. Mas independente disso, gostaria que vocês me ajudassem a compreender a seguinte afirmação: " Acrítica do humor só é bem-vinda quando "desce redonda". Senão ela "desce queimando" que nem cachaça ruim!"
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